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A fotografia contemplativa não é um resultado, e sim um fazer! Ao contrário dos demais tipos de fotografia, a Fotografia Contemplativa não pode ser definida pelo seu resultado. Ou seja, ao olhar uma fotografia nunca podemos dizer se é ou não Fotografia Contemplativa. É preciso saber como foi feita. Se foi feita como uma prática contemplativa, com o uso da percepção, e não de conceitos, ela será uma Fotografia Contemplativa. São Paulo, 2015, por Yuri Bittar
Isso acontece pois a Fotografia Contemplativa é o fazer a prática contemplativa, e não a imagem resultante desta. As fotos podem ficar boas ou não (acredito até que ficarão), mas isso não é o importante. O objetivo desta prática é ver melhor e mais claro, exercitar o olhar contemplativo, e assim encontrar mais harmonia, simplicidade e beleza no cotidiano. São Paulo, 2015, por Yuri Bittar Além disso a Fotografia Contemplativa também não é "pensar" da forma tradicional, e sim ver, apenas ver, talvez pensar com a visão se for possível. A Fotografia Contemplativa é uma prática ligada à meditação, que visa trazer nossa visão para o presente, abrindo nossos olhos e permitindo ver o “novo” no cotidiano. São Paulo, 2015, por Yuri Bittar Estes são conceitos estranhos a principio realmente, levam um tempo para entender. Para melhor entendimento recomendo a leitura destes outros dois artigos: Fotografia Contemplativa I - o que é? Fotografia Contemplativa II - como fazer São Paulo, 2015, por Yuri Bittar ”Minha paixão nunca foi pela fotografia “em si mesma”, mas pela possibilidade, ao esquecer de si mesmo, de registrar numa fração de segundo a emoção propiciada pelo tema e a beleza da forma, quer dizer, uma geometria despertada pelo que é oferecido. O disparo fotográfico é um dos meus blocos de esboços.” - Henri Cartier-Bresson Ubatuba, 2015, por Yuri Bittar A fotografia contemplativa é uma aceitação da beleza oferecida, quando por um momento esquecemos um pouco do EU e olhamos o mundo. Cunha, 2015, por Yuri Bittar Ver beleza nas coisas simples, se encantar com o cotidiano. Isso é a Fotografia Contemplativa!
São Paulo, 2015, por Yuri Bittar Obrigado! Yuri Bittar Designer, fotógrafo e historiador Site pessoal: www.yuribittar.com 6. Luz, a matéria prima (Fotografia Contemplativa) Para o fotógrafo, um novo dia sempre traz novas luzes, novas imagens, nova vida.
A matéria prima de nossa arte é a luz, por isso devemos nos encantar com ela. Para o fotógrafo, um novo dia sempre traz novas luzes... e assim novas e infinitas possibilidades de imagens surgem. Sei que o sol nascendo é cliché, mas sempre gosto de ver como a luz começa a cada dia. Se puder ver cada dia como algo novo, então você se encantará com o cotidiano, e todos seus dias serão como um belo sábado ou domingo de passeio. Uma forma de desestressar, de fugir de um cotidiano massacrante, é encontrar a beleza no comum. Quando buscamos beleza apenas no raro, essa beleza se torna cada vez mais distante de nós. A riqueza da luz é infinita, e a cada dia e a cada hora cada objeto recebe uma luz diferente, e muda de aspecto. Quanto mais pudermos perceber disso, mais beleza e boas imagens veremos, e tornaremos nossa vida mais iluminada. Ver cada momento do dia, cada luz, como algo único, requer uma pausa, pede que reduzamos o ritmo, que estejamos abertos à experiência. Isso é Fotografia Contemplativa, é estar no presente e ver as coisas sem julgamento, deixando que a experiência venha à você.
Referências: BONDIA, J.L. Notas sobre a experiência e o saber da experiência. Rev. Bras. Educ., n.19, p.20-8, 2002. GALLIAN, Dante Marcello Claramonte. Dá, pois, a teu servo um coração que escuta. Blog do LabHum, 2009 Disponível em: http://labhum.blogspot.com/2009/12/da-pois-teu-servo-um-coracao-que-escuta.html KARR, Andy e WOOD, Michael. The Practice of Contemplative Photography: Seeing the World with Fresh Eyes. Shambhala Publications, Boston, 2011. |