Luz, a matéria prima (Fotografia Contemplativa)

Para o fotógrafo, um novo dia sempre traz novas luzes, novas imagens, nova vida. 

A matéria prima de nossa arte é a luz, por isso devemos nos encantar com ela. Para o fotógrafo, um novo dia sempre traz novas luzes... e assim novas e infinitas possibilidades de imagens surgem.


Por Yuri Bittar - São Paulo 2019

Sei que o sol nascendo é cliché, mas sempre gosto de ver como a luz começa a cada dia. Se puder ver cada dia como algo novo, então você se encantará com o cotidiano, e todos seus dias serão como um belo sábado ou domingo de passeio. 

Uma forma de desestressar, de fugir de um cotidiano massacrante, é encontrar a beleza no comum. Quando buscamos beleza apenas no raro, essa beleza se torna cada vez mais distante de nós. A riqueza da luz é infinita, e a cada dia e a cada hora cada objeto recebe uma luz diferente, e muda de aspecto. Quanto mais pudermos perceber disso, mais beleza e boas imagens veremos, e tornaremos nossa vida mais iluminada. 

Ver cada momento do dia, cada luz, como algo único, requer uma pausa, pede que reduzamos o ritmo, que estejamos abertos à experiência. Isso é Fotografia Contemplativa, é estar no presente e ver as coisas sem julgamento, deixando que a experiência venha à você.

Referências:

BONDIA, J.L. Notas sobre a experiência e o saber da experiência. Rev. Bras. Educ., n.19, p.20-8, 2002.

GALLIAN, Dante Marcello Claramonte. Dá, pois, a teu servo um coração que escuta. Blog do LabHum, 2009 Disponível em: http://labhum.blogspot.com/2009/12/da-pois-teu-servo-um-coracao-que-escuta.html 

KARR, Andy e WOOD, Michael. The Practice of Contemplative Photography: Seeing the World with Fresh Eyes. Shambhala Publications, Boston, 2011.

Sobre o Professor:

Yuri Bittar é fotógrafo desde 1998, designer (Mack) historiador (USP) mestre em Ensino em Ciências da Saúde (UNIFESP). É instrutor de Mindfulness certificado pelo Mente Aberta Brasil, e professor de Fotografia Contemplativa há 6 anos, tema sobre o qual desenvolve doutorado. Através da história oral, da fotografia, da literatura e outros recursos, tem buscado criar projetos mais próximos ao humano e que contribuam para a melhora da qualidade de vida.

"Acredito que a fotografia pode e deve estar presente no dia-a-dia, como trabalho, como expressão artística e como registro, e ainda como oportunidade para o relacionamento humano, para conhecimento e auto-conhecimento."

Mais sobre Yuri: www.yuribittar.com